terça-feira, 1 de maio de 2012

Eu sou assim

Nenhum mal é inicialmente intencional.

O que pode acontecer é alguém fazer algo que, sem a intenção, prejudicou outra pessoa. Essa pessoa prejudicada resolveu revidar o mal que ela acreditava ser intencional e, pronto, temos dois inimigos.

A questão é, será que vale a pena revidar esse primeiro mal?

Esses dias, numa fila na escola, ouvi uma colega dizendo:

"Ele me empurrou e pisou no meu pé, vou lá pisar no pé dele! Ah eu não vou deixar iso barato não! Eu rodo a baiana 'meeeermo'! Eu sou assim!"

Por que tanta belicosidade?
Será que, em sua essência, essa menina é assim?
Como ela pode afirmar "Eu sou assim."?
Será que ela se conhece mesmo?

Se conhecer.

Difícil.
Muuuuuuito difícil!
Mas não impossível.

Inúmeras são as formas de obter-se o tal "autoconhecimento".
Atualmente eu recorro ao Zazen.

Ficar sentado olhando para uma parede em silêncio.
Em silêncio?
Os pensamentos gritam.
Não brigo com eles.
Sou contra a violência.
Violência com os próprios pensamentos, que coisa feia.
Já ouviram falar que "violência gera violência"?
Não seja violento, não brigue com seus pensamentos.
Sentado em zazen.
Pensando.
Apenas pensando.
Sem brigar com meus pensamentos.
Como não ofereço resistência, eles vêm e vão.
Pensamentos vêm e vão.
A mente fica.
Eu fico.
Já não posso dizer mais se penso ou não.
Pensamentos vêm e vão.
A mente fica.
Eu fico.

Brigar com os colegas que empurram na fila, brigar com os próprios pensamentos.

Que tal se a gente não brigasse com ninguém?

Pensamentos vêm e vão. A mente fica. Eu fico.
Colegas que empurram vêm e vão. A mente fica. Eu fico.

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